Dicas
Fluido de freio | Cuidados e troca
Assunto menos óbvio na rotina de pequenas manutenções dos carros, o fluido de freio pode facilmente passar despercebido. Em geral o motorista completa o tanque, o reservatório de água do radiador, completa ou troca o óleo e reabastece o tanque de água do lavador do para-brisa. Mas o reservatório do fluido de freio fica de lado.
Vital para o funcionamento do sistema de freios do carro, o fluido de freio é responsável pela transmissão da força aplicada ao pedal de freio e, em alguns carros, à alavanca do freio de mão: você pressiona o pedal e um pistão faz com que o fluido seja empurrado pelos conduítes para pressionar os cilindros e as pinças de freio das rodas, que por sua vez pressionam e desaceleram os discos de freio. O sistema hidráulico acionado por fluido garante um funcionamento silencioso, lubrificado e que distribui a força igualmente por todas as rodas.
Visto isso, é de se notar que a falta do fluido prejudica de modo vital o funcionamento dos freios e, consequentemente, a segurança do automóvel.
É de suma importância verificar com frequência o reservatório do fluido de freio. Para isso, não é preciso abri-lo. O reservatório é feito de forma translúcida, justamente para que o reservatório não precise ser aberto. E por quê? A composição do fluido de freio é higroscópica, isto é, tem grande capacidade de absorver umidade. Como o fluido trabalha em altas temperaturas, originalmente sua composição apresenta um ponto de ebulição alto, a partir de 180°C. A umidade, uma vez absorvida pelo fluido, faz com que esse ponto caia, expondo o fluido à ebulição e possibilitando a formação de bolhas dentro do sistema.
Um sistema com bolhas é ineficiente, pois quebra a cadeia de força transmitida dos pedais ao cilindro, pinças e discos de freio das rodas, diminuindo o poder de frenagem do automóvel.
No momento da verificação do reservatório, caso ele esteja abaixo do indicado, muito provavelmente há um problema de vazamento do fluido no sistema de freios. Verifique junto ao disco de freio e nas áreas próximas às rodas: a maioria dos vazamentos costuma ocorrer ali. Outra possibilidade são as pastilhas de freio que estão muito gastas e exigem uma quantidade maior de fluido para compensar a distância e atingir os discos.
Nos dois casos acima, e em qualquer situação, jamais complete o fluido. Se houve vazamento, o fluido já entrou em contato com o ar e a umidade. Se forem as pastilhas, faça a substituição. Normalmente, o fluido é trocado a cada dois anos ou 40.000 quilômetros.
Há três tipo de fluido. DOT 3, DOT, 4, DOT 5 (com silicone) e DOT 5.1. Cada um com um ponto de ebulição e um tipo de viscosidade diferente. Siga as orientações da montadora do seu veículo quanto ao tipo e frequência de troca do fluido de freio, pois sua viscosidade e temperatura de ebulição também variam de acordo com o tipo de veículo.
Agora você já sabe: além da água do radiador e do nível do óleo, quando abrir o capô do seu carro fique de olho no reservatório do fluido de freio. Seu carro e sua segurança agradecem.