por Eduardo Ruano
Que os carros movidos a combustíveis fósseis poluem, todos sabemos. Mas enquanto os híbridos e elétricos não se tornam uma realidade nas ruas do Brasil, a exemplo do que já acontece em vários outros países do mundo, você pode fazer a sua parte para reduzir a emissão de partículas e gases nocivos ao menor nível possível, dentro das condições do seu carro.
A resolução 418, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), estabelece uma série de limites de emissão de poluentes e nível de ruído para os veículos. Eles variam de acordo com o ano de fabricação, em uma progressão que fica mais rígida para os carros mais novos (carros mais antigos, que usam tecnologias menos sofisticadas, tendem a poluir mais).
Se o seu carro seguir esses padrões, você estará dando sua contribuição para tornar o ar mais respirável. Veja 6 dicas de como fazer isso:
Segundo Eudes Marinho, proprietário da Profiautos Treinamentos e Equipamentos, o primeiro passo é cuidar bem do carro, fazendo manutenções periódicas. Se você não seguir o manual, que determina a periodicidade correta, o ideal é levar pelo menos a cada 10 mil km.
Nessas revisões, devem ser avaliados itens que estão diretamente relacionados com o processo de entrada de oxigênio no motor e sua mistura com o combustível para efetuar a queima que irá gerar força. Entre eles, estão jogo de velas, filtros de ar e combustível.
Além disso, o óleo e o filtro de óleo também precisam ser trocados periodicamente.
Se você, para tentar economizar combustível, troca logo as marchas, saiba que a consequência pode ser exatamente o oposto. Eudes aconselha que a troca seja feita no momento exato - para um motor 1.0, o mínimo de giros é 2.000.
Segundo o especialista, o sistema de injeção detecta quando o motor está precisando de mais força, e não tem porque está em baixa rotação. Nesses casos, ele compensa mandando mais combustível. É mais gasto e mais poluição.
Se você é brasileiro, está cansado de saber o nível dos órgãos de fiscalização do país. Existe, portanto, muito combustível adulterado sendo vendido por aí. E essa adulteração geralmente envolve solventes químicos que, além de prejudicar o motor, não são processados por ele e acabam sendo lançados na atmosfera.
Além disso, o sistema injeta mais combustível no processo de queima, para compensar a ineficiência do solvente, e esse excesso gera mais emissão de poluentes.
Portanto, procure abastecer sempre no mesmo posto, e mesmo assim, verifique se após cada abastecimento o carro apresenta algum comportamento estranho, como perda de força ou falhas no funcionamento do motor.
Esses três fatores, de acordo com Eudes Marinho, têm relação direta com o consumo de combustível. E quanto mais combustível queimado, mais poluentes o carro lança. No caso dos pneus, se eles estiverem baixos demais, o carro fica pesado, obrigando o motor a trabalhar mais.
Já o freio motor é aquele no qual você aperta o pedal com a marcha engatada. Nesse caso, o sistema de injeção corta o combustível, diferentemente do que acontece quando a marcha está em ponto morto.
Por fim, a descarga desempenha várias funções no carro, e é importante que ela seja mantida segundo as especificações de fábrica. Tirar abafadores, por exemplo, pode alterar a pressão do motor, deixando-o "livre" para queimar mais combustível e poluir mais.
Montado dentro de uma cápsula de aço inox, o catalisador é composto por uma colmeia cerâmica que, por meio de uma reação química, transforma os gases tóxicos provenientes da queima de combustível em gases inofensivos. Segundo a Umicore, empresa fabricante de equipamentos, ele pode ter a mesma durabilidade do veículo, desde que seja realizada a correta manutenção, conforme descrito no manual do fabricante.
A empresa informa que os maiores riscos para os catalisadores são impactos (geralmente eles ficam na parte de baixo, junto ao assoalho) e combustíveis ou óleos adulterados.
O controle de poluentes ainda não é obrigado para carros particulares de passeio, mas se você for um consumidor consciente, saiba que existem serviços que fazem o diagnóstico da emissão do modelo, e dão indicação das possíveis causas. Francisco Higino da Silva, engenheiro mecânico e responsável técnico do laboratório de inspeção veicular do Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), afirma que a análise é simples e rápida.
No processo, a partir dos gases do escapamento, um software lista os poluentes principais e, caso o veículo esteja emitindo partículas acima do recomendável, dá sugestão do que pode estar acarretando o problema.
Fonte: Auto Revista Ceará