por Eduardo Ruano
A palavra 'tradição' é definida como "herança cultural, legado de crenças ou técnicas; conjunto de valores morais, espirituais, transmitidos de geração para geração". Na indústria automobilística, o significado de tradição é o mesmo.
No entanto, cada vez mais, as fabricantes deixam suas raízes de lado para entrarem em novos segmentos de mercado visando, é claro, maior lucratividade.
A revista Quatro Rodas reuniu 10 casos de quebras de tradições do mundo automotivo. Confira:
O primeiro exemplo é, sem dúvidas, o caso mais polêmico da lista. A tração traseira era uma das características mais marcantes de um BMW, sendo padrão quando os modelos não dispunham de tração integral. Isso durou até 2014, quando a fabricante resolveu lançar o Série 2 Active Tourer, minivan com tração dianteira, ou seja, dois rompimentos históricos de uma só vez.
Apesar de manter os traços típicos de uma Ferrari, a FF é o primeiro superesportivo familiar da marca. Diferentemente do que pode parecer, a sigla FF não tem relação com o fato de esta ser uma "Ferrari familiar", mas sim com outras características que fogem do padrão de um modelo da fabricante italiana.
"Ferrari Four", o real significado do nome, aponta para a tração nas quatro rodas e a possibilidade de levar até quatro ocupantes.
As versões de apelo esportivo do Civic sempre encheram a boca para falar de seus motores i-VTEC aspirados. A apresentação do novo Civic Type-R, porém, mudou esta concepção. O modelo estreou o primeiro motor equipado com turbo na linha Honda, tecnologia que já se estendeu para a nova geração do sedã, que chegará ao Brasil ainda este ano (com motor turbo).
Conhecida por sua capacidade off-road, assim como a Land Rover, a Jeep nunca abriu mão da tração 4x4 em seus modelos. Quer dizer, abriu. Originalmente apresentado em 2006, o Compass rompeu com a tradição da Jeep ao ser dotado de tração dianteira. Depois dele, foi a vez do Renegade, atual sucesso de vendas no Brasil.
O sucesso do rival Audi RS3 fez com que a AMG repensasse sua estratégia de mercado. Antes preparadora de modelos mais caros da Mercedes-Benz, a "grife" resolveu entrar em um segmento inédito: o dos esportivos compactos.
Se essa quebra de tradição não foi o suficiente, a AMG fez mais. O A45, versão mais poderosa do hatch Classe A, foi o primeiro AMG a abrigar um motor de quatro cilindros debaixo do capô.
O modelo não é novo, mas a geração recém-apresentada da "perua" deixou para trás todas as credenciais de um legítimo "mini carro", como o nome da fabricante sugere.
Com 27 centímetros a mais em relação ao antigo, o modelo chega aos 4,22 metros, sendo maior até que Crossover Countryman, que falaremos a seguir.
Alguns anos antes do atual Clubman, o Countryman fez com que muita gente torcesse o nariz. Afinal, apesar do estilo próximo do Cooper, em nada ele guardava características de um MINI alto, grande e apto a dar umas voltinhas na terra.
Com o tempo, o modelo caiu no gosto do público e viu suas vendas crescerem. Não por acaso, já é fabricado na unidade brasileira do Grupo BMW, instalada na cidade de Araquari (SC).
Originalmente um modelo de baixo custo desenvolvido pela Dacia, subsidiária romena da Renault, o Sandero estreou, em 2015, sua inédita versão esportiva R.S. Até aí, tudo bem.
O grande diferencial do modelo está no fato de ser o primeiro R.S (sigla para Renault Sport) a ser fabricado fora da França, de onde saem todos os modelos preparados pela divisão esportiva. O mais legal? Esse hot hatch é fabricado no Brasil.
Mais do que uma quebra de tradição, o caso do C30 representou uma arriscada aposta da Volvo. Reconhecida pela segurança de seus carros, a fabricante sueca nunca foi referência em design.
O hatch de duas portas, porém, foi contra o estereótipo de que um Volvo deveria, obrigatoriamente, ser sem graça. As lanternas verticais e a grande tampa de vidro traseira fizeram com que o modelo fosse parar em uma famosa saga de filmes vampirescos.
A Porsche não tem apenas um, mas dois utilitários que respondem pela maior parte de suas vendas: Cayenne e Macan. A Jaguar mostrou o F-Pace, que chega em breve ao Brasil e deverá causar certo conflito familiar com os Land Rover.
O mais recente é o Bentayga, da Bentley. A Lamborghini, na década de 1982, apresentou o jipão LM002 e, nos próximos anos, lançará o Urus. Maserati e Rolls-Royce também deverão entrar para o time.